Campo de concentração de Auschwitz: como visitar na Polônia – a Polônia foi um país que entrou no nosso roteiro de viagem por abrigar Auschwitz, o maior campo de concentração criado pelos nazistas. Por me interessar pelo assunto da Segunda Guerra e do Holocausto, queria ver de perto esse lugar onde onde milhares de pessoas, em sua maioria judeus, passaram por momentos de tanto terror e crueldade. É um passeio pesado e que exige muito respeito. Mas necessário para ver de perto um pouco da História e não deixar que essas memórias se apaguem e que essa monstruosidade volte a acontecer novamente. Neste post, vamos te contar como foi a nossa visita e como você pode se organziar para também fazer o tour. Ao final, deixe seu comentário sobre o que você achou da nossa experiência e se você tem vontade de visitar um lugar como esse.
O NAZISMO: UM BREVE RELATO
O nazismo, também conhecido como Nacional-Socialismo, foi uma ideologia política liderada por Adolf Hitler e o Partido Nazista na Alemanha, que governou de 1933 a 1945.
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Caracterizado por seu extremismo e totalitarismo, o regime nazista promoveu uma visão de superioridade racial ariana, antissemitismo feroz e perseguição brutal a diversos grupos considerados “inferiores” ou “indesejáveis”. Essa ideologia levou à uma das mais sombrias tragédias da história humana: o Holocausto, que matou cerca de seis milhões de pessoas.
E grande parte desse genocídio aconteceu dentro dos campos de concentração. Criados no Terceiro Reich em 1933, eles foram uma das mais terríveis ferramentas do nazismo para implementar suas políticas de genocídio e repressão.
Inicialmente criados para prender opositores políticos, esses campos rapidamente se transformaram em centros de extermínio em massa, onde milhões de judeus, ciganos, prisioneiros de guerra, homossexuais, deficientes físicos e mentais, entre outros, foram sistematicamente assassinados.
Auschwitz, localizado na Polônia ocupada pelos nazistas, tornou-se o mais infame desses campos, um símbolo do horror e da crueldade do Holocausto.
Visitar esse lugar é uma experiência profundamente impactante e essencial para manter viva a memória das vítimas e as lições do passado.
AUSCHWITZ – O MAIOR CAMPO DE CONCENTRAÇÃO CRIADO PELOS NAZISTAS
Como já mencionei, Auschwitz foi o maior e mais notório dos campos de concentração e extermínio do regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
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Criado em 1940, inicialmente, funcionava como instalação para prisioneiros políticos. Porém, logo se expandiu e se transformou em um complexo de três campos principais: Auschwitz I, Auschwitz II-Birkenau e Auschwitz III-Monowitz.
Ao longo de sua existência, cerca de 1,1 milhão de pessoas foram assassinadas no local, sendo aproximadamente um milhão de judeus, além de ciganos, prisioneiros de guerra soviéticos, poloneses, e outros grupos perseguidos.
De acordo com alguns dados histórico, foram exterminados cerca de 960 mil judeus; aproximadamente 74 mil poloneses; em torno de 21 mil ciganos; quase 15 mil prisioneiros de guerra soviéticos; e entre 10 mil e 15 mil civis de outras nacionalidades (cidadãos soviéticos, tchecos, iugoslavos, franceses, alemães e austríacos).
Esses prisioneiros chegavam a Auschwitz em trens de cargas (os que sobreviviam, já estavam muito debilitados pelas condições durante o percurso) e eram submetidos à uma cruel seleção na rampa de desembarque.
Oficiais nazistas, incluindo médicos, determinavam o destino imediato de cada sobrevivente desse primeiro trajeto: a maioria dos idosos, mulheres, crianças e enfermos era enviada diretamente para as câmaras de gás, onde encontrava a morte.
Além disso, na chegada, os prisioneiros eram tatuados com um número de série (já perdiam sua identidade), tinham seus pertences confiscados, seus cabelos e barbas eram cortados e passavam a se vestir com uniformes prisionais padronizados, os conhecidos “uniformes listrados”.
Dali em diante, aqueles considerados aptos para o trabalho eram forçados a viver em condições desumanas, enfrentando superlotação, fome, doenças e atividades forçadas extenuantes. A vida no campo era marcada pelo terror constante de execuções sumárias e experimentos médicos brutais.
Desta forma, Auschwitz é um símbolo do horror do Holocausto e serve como um memorial e um potente lembrete da crueldade do Holocausto.
COMO CHEGAR AO Campo de concentração de Auschwitz
Auschwitz, conhecido oficialmente como Auschwitz-Birkenau, está localizado na cidade de Oświęcim (nome em polonês), no sul da Polônia, a aproximadamente 70 quilômetros a oeste de Cracóvia.
Chegar ao campo de concentração é relativamente fácil e pode ser feito de várias maneiras: de carro, transporte público ou por meio de passeios guiados.
DE CARRO:
Para chegar a Auschwitz de carro, pegue a autoestrada A4 em direção a Katowice e, depois, a saída para a estrada 933 em direção a Oświęcim. O trajeto dura em torno de 1 hora e 20 minutos.
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Há estacionamento disponível próximo à entrada do museu, onde você pode deixar o carro durante a visita.
De Transporte Público
Para quem prefere o transporte público, é necessário pegar um ônibus direto de Cracóvia para Auschwitz. Eles saem da rodoviária principal de Cracóvia, Mlodych Do Wieczora, ao lado da estação de trem Kraków Główny.
Procure os coletivos que têm como destino “Oświęcim” ou “Auschwitz Museum”. A viagem leva cerca de duas horas e você deve descer na parada “Oświęcim Muzeum”, que fica a uns 20 minutos de caminhada da entrada do museu.
De trem, é necessário ir até a estação Krakow Głowny e pegar a opção que desce em Oswiecim, a três quilômetros do campo.
O trajeto também leva cerca de duas horas e você pode pegar um ônibus local ou um táxi até a entrada do memorial e/ou de Birkenau.
Passeios Guiados
Outra opção conveniente é reservar um passeio guiado a partir de Cracóvia, como nós três fizemos.
Várias agências de turismo oferecem excursões diárias a Auschwitz, que incluem transporte de ida e volta, guia especializado e, às vezes, até almoço/lanche.
Essa é uma ótima opção para quem prefere uma visita com mais comodidade, principalmente para quem está com idosos, como foi o nosso caso que estávamos com mamis.
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COMO VISITAR O Campo de concentração de Auschwitz: PASSEIO GUIADO
Como disse, fizemos um passeio guiado aos campos de concentração de Auschwitz. Aliás, vale ressaltar que este é o único antigo campo com maior nível de conservação e estado original.
O nosso passeio, em específico, durou cerca de quatro horas e teve início em Auschwitz I, criado em 1940 e, desde 1947, funcionando como museu. Depois, seguimos para Auschwitz II-Birkenau, que foi construído em 1941 a três quilômetros do primeiro, e que se tornou o maior centro de extermínio dos judeus.
Nós contratamos o tour regular no site da Get Your Guide que tem várias opções de horários e idiomas. Confira aqui.
O QUE VER NO CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE AUSCHWITZ
1 – AUSCHWITZ I – MUSEU: Campo de concentração de Auschwitz
O primeiro local que visitamos, como disse foi Auschwitz I. Este era o campo original do complexo de Auschwitz, criado em maio de 1940. Era mais usado como área administrativa.
Inicialmente destinado a abrigar prisioneiros políticos poloneses, rapidamente se tornou um centro de tortura, trabalho forçado e execução em massa.
O campo consistia em cerca de 20 edifícios de tijolos, que serviam como dormitórios superlotados, locais de trabalhos forçados e instalações para experimentos médicos cruéis.
Depois, foi expandido para incluir câmaras de gás e crematórios, usados para o extermínio de prisioneiros. Estima-se que aproximadamente 1,3 milhão de pessoas passaram pelo complexo, com cerca de 1,1 milhão delas perecendo ali, incluindo um milhão de judeus.
Hoje, Auschwitz I é preservado como um museu e memorial. Os visitantes podem ver os blocos de prisioneiros, as ruínas das câmaras de gás e do crematório, terrenos com cinzas humanas, locais de execuções, espaços para seleção dos prisioneiros, salas onde os médicos da SS faziam experimentos, além de objetos pessoais, uniformes, retratos das vítimas e muito mais.
NOSSA VISITA:
Assim que chegamos ao local, já com a companhia do guia em inglês e com audioguia, passamos por um espaço onde já tivemos o primeiro contato com o horror do Holocausto: enquanto caminhávamos, ouvíamos os nome das milhares de vítimas desse genocídio sendo repetidos nos alto-falantes.
Em seguida, entramos no campo, propriamente dito, por meio do famoso portão onde está escrita a infame frase em alemão: “ARBEIT MACHT FREI”, que significa “o trabalho liberta”. Uma inscrição que tinha como objetivo enganar os recém-chegados, que logo entenderiam a grande mentira que ela dizia.
Aliás, esse letreiro foi instalado pelos próprios prisioneiros. Mas, em protesto contra o slogan, eles viraram a letra “B” de cabeça para baixo. Além disso, a placa atual é uma réplica. A original, que foi roubada, quebrada em três partes e restaurada, está no museu de Auschwitz.
Dali pra dentro, passamos a ver de perto cada pedacinho dessa história terrível. Nós tivemos cerca de 1 hora e 20 minutos para acompanhar o guia lá dentro. O tempo é bem pouco para ver tanta coisa.
Durante esse período, entramos em alguns blocos dentro de Auschwitz I. Vamos mostrar o que vimos de perto.
DETALHE: o nosso tour foi todo em inglês. Mas nós havíamos contratado em espanhol e em outro horário – mais tarde. Um dia antes, eles trocaram tanto o horário quanto o idioma, o que nos deixou bem chateadas porque eu não entendi nada e, Danubia, entendeu pouca coisa. E era o passeio que eu mais queria fazer nesta viagem. Uma pena.
BLOCO 4 – EXTERMÍNIO – Campo de concentração de Auschwitz
Esse bloco reconstitui um pouco da históricos do campo. Tem cronologia, quantidade de deportados, fotos dos prisioneiros chegando no campo, urna com cinzas das pessoas assassinadas e que foram recolhidas após a guerra perto dos crematórios, latas com gás Zyklon B (produto utilizado para fumigação e que era usado na câmara de gás para envenenamento das vítimas) e até uma maquete de uma câmara de gás e do crematório.
É no local que também estão guardados cabelos dos prisioneiros, umas das partes mais chocantes da visita. De acordo com dados, cerca de duas toneladas de cabelos de mulheres estão em exposição. Tem até um tapete feito com os fios. No nosso tour, porém, não visitamos essa sala, infelizmente.
O local também abrigou a primeira câmara de gás do campo. As vítimas eram conduzidas à câmara sob o pretexto de tomar banho, mas eram mortas pelo gás Zyklon B e depois queimadas no crematório.
BLOCO 5 – PROVAS DOS CRIMES – Campo de concentração de Auschwitz
Esse é o bloco mais chocante. É onde estão alguns dos pertences dos judeus que os nazistas não tiveram tempo de destruir ou comercializar.
Entre os itens, tem armações de óculos, malas, prósteses, muletas, panelas, penicos, bacias, roupas infantis, escovas de dentes e de cabelo, bules, canecos, graxas, cestas, sapatos (aos milhares e que foram o que mais nos chamaram a atenção), entre outros objetos.
Bloco 7 – Condições de moradia e sanitárias – Campo de concentração de Auschwitz
Nesse bloco, estão estampadas nas paredes as fotografias de mulheres e homens que passaram pelo campo. Além da foto, tem a data de entrada em Auschwitz e da morte de cada um.
Também dá para ver os quartos com as beliches, colchão de palhas, as instalações sanitárias e muito mais.
Esse lugar quer mostrar como esses espaços recebiam muito mais gente do que sua capacidade e que as pessoas viviam em condições precárias.
Bloco 11 – PRISÃO DO CAMPO – Campo de concentração de Auschwitz
O bloco 11 era conhecido como “bloco da morte”, já que o local era usado para punir prisioneiros que tentavam entrar em contato com civis, fugir, ajudar a quem queria escapar ou tentar alguma sabotagem.
Ali, eles eram confinados sozinhos em celas escuras e apertadas, torturados e executados.
Na parte externa do 11, ficava a chamada “parede da Morte” onde os condenados eram fuzilados. Dados históricos relatam que mais de cinco mil pessoas foram mortas no local.
Dizem que os prisioneiros eram torturados, sendo pendurados em um gancho e com os braços amarradas para trás. Quanto horror!
CÂMERA DE GÁS
Nós também visitamos o crematório I e a primeira câmara de gás em Auschwitz I.
O local era disfarçado de área de banho para que os prisioneiros não desconfiassem e achassem que estavam indo passar por algum tipo de desinfecção.
Porém, quando todos estavam lá dentro, as portas eram trancadas e os nazistas liberavam o gás Zyklon B. Quando as vítimas percebiam, tentavam sair a qualquer custo, subindo uma por cima das outras. Tanto que as paredes estão todas arranhadas, mostrando o desespero de quem estava à beira da morte.
Depois, elas eram incineradas. O forno crematório tinha capacidade de cremar cerca de 340 corpos por dia.
Após 1944, esse prédio serviu como abrigo antiaéreo para os SS.
Com o fim da guerra, câmaras, fornos, chaminé e aberturas na laje foram refeitas. Hoje, a maior parte do edifício está conservada e mantém seu estado original.
Perto da Câmara de gás está uma forca onde o primeiro comandante do campo, o SS-Obersturmbannfuhrer Rudolf Hoss, foi enforcado após sentença do Superior Tribunal Nacional polaco, em 1947.
Aliás, os degraus da plataforma e a estrutura da forca são os únicos vestígios que restaram do antigo barracão da Gestapo no campo.
2 – AUSCHWITZ II-BIRKENAU
Auschwitz II-Birkenau, localizado a cerca de 3 km de Auschwitz I, foi construído em 1941 e tornou-se o maior centro de extermínio do regime nazista.
Projetado especificamente para implementar a “Solução Final”, Birkenau possuía vastas instalações de câmaras de gás e crematórios, onde milhões de pessoas foram assassinadas.
Operando até a libertação pelo Exército Soviético em janeiro de 1945, estima-se que cerca de 1,3 milhão de pessoas passaram pelo local, com aproximadamente 1,1 milhão de vítimas.
O complexo era formado por várias áreas distintas, projetadas para diferentes funções dentro do regime nazista de extermínio em massa.
A estrutura de Birkenau incluía:
- Plataformas de Desembarque: onde os trens, carregados com deportados, chegavam. Aqui, os prisioneiros eram sujeitos à uma seleção imediata, separando aqueles que seriam enviados diretamente para as câmaras de gás daqueles que seriam forçados ao trabalho escravo. A rampa fica entre os setores BI (mulheres e crianças) e BII (homens).
- Câmaras de Gás e Crematórios: Birkenau possuía quatro grandes instalações de câmaras de gás e crematórios (Krema II, III, IV e V), onde as vítimas eram assassinadas com gás Zyklon B e seus corpos eram queimados. Essas câmaras eram capazes de matar milhares de pessoas diariamente.
- Barracões de Prisioneiros: Divididos em diferentes setores (A, B, BIa, BIb, BIIa, BIIb, etc.), os barracões de madeira e tijolos abrigavam prisioneiros em condições extremamente desumanas. Superlotação, fome, doenças e higiene precária eram a norma.
- Área de Recepção e Triagem: Onde os recém-chegados eram registrados, despojados de suas posses, raspados e desinfetados antes de serem encaminhados para diferentes setores do campo.
- Área Administrativa: Incluía escritórios dos oficiais nazistas e instalações de apoio como cozinhas e oficinas de manutenção.
- Área de Extermínio de Ciganos (Zigeunerlager): Setor específico onde famílias ciganas eram mantidas até serem exterminadas.
- Campo das Mulheres (Frauenlager): Uma seção separada onde mulheres prisioneiras eram mantidas e submetidas às mesmas condições terríveis que os homens.
Hoje, Auschwitz II-Birkenau é preservado como parte do Museu Estatal de Auschwitz-Birkenau.
No local, os visitantes podem ver as ruínas de alguns barracões e das câmaras de gás e crematórios, galpões ainda inteiros e o vasto espaço do campo, que serve como um poderoso memorial às vítimas do Holocausto e um lembrete sombrio da capacidade humana para a crueldade.
NOSSA VISITA AO Campo de concentração de Auschwitz ii- BIRKENAU:
Depois de sairmos de Auschwitz I, mamis ficou nos aguardando e eu e Danubia seguimos com o grupo para Auschwitz II-Birkenau. Como esta é uma área aberta e que precisa caminhar muito, mamis resolveu não ir com a gente.
O trajeto entre os dois campos dura em torno de uns dez minutos, caminhando. E nosso primeiro contato foi com o portão que já foi tantas vezes reproduzido em filmes e tantas produções.
Em seguida, andamos paralelamente ao trilhos dos trens que traziam os prisioneiros. No local, há um único vagão que foi colocado ali em 2009 para mostrar como era o meio de transporte e as condições em que as pessoas eram trazidas para os campos.
Nesse tour, passamos ainda pelas ruínas de barracões, do crematório e de uma das câmaras de gás, pelo memorial em homenagem às vítimas e também entramos em um galpão, onde estão preservadas as beliches utilizadas pelas vítimas.
BARRACÕES – Campo de concentração de Auschwitz
Porém, com certeza, o momento que mais nos emocionou foi quando entramos em um dos barracões do setor BI onde milhares de mulheres e crianças dormiam.
Como já li centenas de livros sobre o assunto, esse espaço sempre foi muito relatado com riqueza de detalhes impressionante por sobreviventes deste genocídio. Por isso, estar ali, e ver tudo pessoalmente, foi emocionante.
Lá dentro, só tem as beliches de três andares, feitas de madeira. Mas é um clima tão pesado que, por alguns instantes, consegui visualizar tudo aquilo que já tinha lido antes e imaginar um pouco (quase nada, é claro) do terror que aquelas pessoas passaram.
Nestes locais, projetados inicialmente para abrigar cavalos, os prisioneiros enfrentavam condições desumanas. Centenas de indivíduos comprimidos em espaços estreitos, frios e convivendo com ratos, piolhos e outras mazelas.
Além disso, a ventilação era precária, contribuindo para a disseminação rápida de doenças, como a Tifo que vitimou milhares de pessoas.
Os banheiros e instalações sanitárias eram praticamente inexistentes, obrigando os detentos a viverem em condições deploráveis que comprometiam ainda mais sua saúde física e mental.
LIBERTAÇÃO – Campo de concentração de Auschwitz
A libertação de Auschwitz aconteceu em 27 de janeiro de 1945. Na data, os soviéticos chegaram ao campo de concentração e encontraram cerca de sete mil prisioneiros que tinham sido deixados para trás pelos nazistas e um cenário de horror. Muitos dos sobreviventes estavam bem debilitados, doentes e desnutridos.
Antes da libertação (nos últimos meses da Segunda Guerra Mundial), os nazistas destruíram muitos barracões e instalações em Auschwitz II-Birkenau para esconder as evidências de seus crimes. À medida que o Exército Soviético avançava, as SS começaram a desmantelar e destruir câmaras de gás, crematórios e barracões entre novembro de 1944 e janeiro de 1945. Isso fazia parte da “Operação Sonderaktion 1005”, um plano para eliminar vestígios dos campos de extermínio.
Apesar desses esforços, muitas estruturas e evidências permaneceram (e, mais tarde, foram reconstruídas), permitindo que os Aliados documentassem os horrores de Auschwitz e os visitantes pudessem ter uma ideia das atrocidades que aconteciam ali.
Aliás, vale destacar que Auschwitz foi o único centro de extermínio onde os cadáveres eram cremados em massa em fornos crematórios.
Inclusive, no relato da adolescente judia e sobrevivente, Halina Birenbaum, em um livro que comprei lá no local, em português (A esperança é a última que morre – Halina Birenbaum), ela conta que na reta final, os prisioneiros chegavam nos trens e já iam direto para câmara de gás e, depois, incinerados. Também relembra que a “produção”, se é que podemos dizer assim, era intensa nessa época.
LIVROS – Campo de concentração de Auschwitz
Diversos livros contam as experiências dos sobreviventes do Holocausto nos campos de concentração. Eles oferecm relatos pessoais e comoventes que nos ajudam a entender a magnitude dessa tragédia.
Eu já li vários deles, que me tocaram profundamente e motivaram meu interesse em visitar Auschwitz.
Entre as sugestões sobre o assunto estão (alguns deles, eu já li):
- “Se Isto É um Homem”, de Primo Levi – relato comovente e detalhado de sua própria experiência como prisioneiro, abordando a luta pela sobrevivência e a perda de humanidade.
- “O Diário de Anne Frank” – embora não seja focado especificamente em Auschwitz, o famoso diário oferece um olhar profundo sobre a vida durante a perseguição nazista, culminando com sua deportação para o campo.
APROVEITE e leia o post completo que fizemos sobre este livro – O Diário de Anne Frank.
- “Os Meninos que Enganavam Nazistas”, de Joseph Joffo – narra a fuga de dois irmãos judeus pela França ocupada, eventualmente levando ao seu confronto com a realidade dos campos de concentração.
- “A Bibliotecária de Auschwitz”, de Antonio Iturbe – conta a história real de Dita Kraus, uma jovem que arriscou sua vida para preservar livros e manter viva a chama da educação no campo.
- “Os Bebês de Auschwitz”, de Wendy Holden – conta a história real de três mulheres grávidas que, contra todas as probabilidades, conseguiram dar à luz e manter seus bebês vivos no campo de concentração. Através de entrevistas e uma pesquisa meticulosa, Holden narra as experiências dessas mães corajosas, destacando a luta incessante pela sobrevivência e a força do amor materno em um dos lugares mais desumanos já conhecidos.
- “A Lista de Schindler”, de Thomas Keneally – história de Oskar Schindler, empresário alemão que salvou mais de mil judeus da morte, empregando-os em suas fábricas.
- “Sobrevivi ao Holocausto”, de Nanette Blitz Konig – relato pessoal e emocionante da autora, que foi prisioneira em Auschwitz e sobreviveu aos horrores do campo.
- “O Tatuador de Auschwitz”, de Heather Morris – narra a história real de Lale Sokolov, um prisioneiro judeu encarregado de tatuar números nos braços dos outros prisioneiros e sua luta para sobreviver e encontrar amor em meio ao caos.
- “A Escolha de Sofia”, de William Styron – é uma ficção baseada em fatos reais que explora as consequências devastadoras do Holocausto na vida de seus sobreviventes.
- “As Gêmeas de Auschwitz”, de Eva Mozes Kor e Lisa Rojany Buccieri – relato poderoso e pessoal das experiências de Eva e sua irmã gêmea Miriam, que foram submetidas a experimentos médicos desumanos pelo infame Dr. Josef Mengele no campo de concentração de Auschwitz. Eva narra sua história desde a infância na Romênia, passando pelos horrores dos experimentos e pela difícil jornada de sobrevivência e resiliência, até sua decisão de perdoar seus torturadores, um ato de cura e empoderamento.
- “As Filhas de Auschwitz”, de Tova Friedman e Malcolm Brabant – obra marcante que detalha a história de Tova Friedman, uma das sobreviventes mais jovens de Auschwitz. O livro aborda sua infância interrompida pela guerra, as condições extremas do campo e sua eventual libertação.
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